De volta de Corumbá, onde comandou o distrito militar da província de Mato Grosso, por cerca de 7 meses, chega ao Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1889, o general Manuel Deodoro da Fonseca. Seu retorno tem discreto registro da imprensa carioca:
Do sul, vindo das fronteiras de Mato Grosso, chegou o bravo general Manuel Deodoro da Fonseca, um dos militares mais estimados e prestigiosos do nosso exército e a quem o governo poderá confiar num momento dado às comissões mais arriscadas e penosas.
Bravo e patriota, o general Deodoro está sempre na vanguarda dos seus companheiros nas ocasiões difíceis, e seu nome está inscrito junto ao do ilustre visconde de Pelotas, no livro glorioso da abolição dos escravos no Brasil, como um dos seus beneméritos.
Os seus amigos e camaradas, em grande número, foram receber o ilustre general, felicitando-o pelo seu regresso à corte. Nós fazemos o mesmo".¹
Sobre sua breve permanência em Corumbá, o jornal Oásis, por ocasião de sua despedida, publicou a seguinte manifestação:
- Vai deixar esta cidade, onde esteve cerca de sete meses o Exm° Sr. marechal Deodoro, no comando das forças de Terra e Mar e das Armas, no exercício do qual mereceu os aplausos dos habitantes.
Com S. Exa. seguem seu Estado Maior e os 1° e 7°batalhões de infantaria.
Militar inteligente, caráter independente e coração magnânimo, quer como homem público, quer como particular; patriota e bravo qual os que mais o são, é o digno marechal Deodoro, e o atestam os bordados que cinge nos punhos e as condecorações que lhe adornam o peito.
A ordem e o respeito que manteve durante o exercício dos cargos referidos e os serviços que mandou se fizesse aqui, hão de ficar perenemente gravados na consciência da população de Corumbá e na história desta província.
Temos convicção de que seu ilustre substituto, o ilustre coronel Joaquim José de Magalhães, fará uma brilhante administração, mantendo a ordem que manteve o Exm. marechal e sendo como ele foi, a garantia dos direitos de todos.
No Rio, Deodoro reassumiu a presidência do Círculo Militar, e dois meses depois de sua chegada à corte, assume o comando das forças armadas a proclama a República.
FONTE: ¹Diário de Notícias (RJ) 19 de setembro de 1889; ²Jornal Oasis (Corumbá), agosto de 1889.
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