quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

GUERRA DO PARAGUAI! Inimigos degolam cirurgião brasileiro


                        Anhambai, palco da chacina contra prisioneiros brasileiros


É degolado por soldados paraguaios, no Pantanal, em 6 de janeiro de 1865, o médico-cirurgião, José Candido de Freitas, lotado na armada do forte Coimbra. Com 30 anos de idade, natural da Bahia, José Cândido foi vítima do massacre contra os passageiros do Anhambai, navio brasileiro em fuga de Coimbra para Cuiabá:

Na foz do São Lourenço, a 6 de janeiro de 1865 o Anhambaí é avístado pelos dois navios de guerra paraguaios.

Imediatamente perseguido rio acima pelo inimigo, tomando a dianteira o Iporá, o vapor brasileiro faz vivo fôgo sôbre o mesmo, apesar de seguir em retirada que se estendeu por seis léguas. O navio brasileiro se encontrava com apenas um rodízio de 32 que no décimo-terceiro tiro desmontou-se, conforme diz, em sua parte, o Capitão de Fragata Castro Menezes. Nesse último disparo foi matar o 2.° Tenente de Marinha Gregório Benítez, do Iporá. Em uma das voltas mais estreitas do rio, foi o Anhambaí sôbre a barranca, perto do morro do Caracará, quando é abordado pelo Iporá que mais de perto o seguia. Após uma resistência gloriosa e diante  da demasiada superioridade do inimigo, alguns marinheiros saltam em terra e salvam-se, outros, entretanto, permanecem no navio, lutando contra o invasor. Em seus postos de honra, pelejando bravamente, estavam o comandante, Piloto José Israel Alves Guimarães, o comissário Fiúza e o 2.° Cirurgião DOUTOR  JOSÉ CÂNDIDO DE FREITAS ALBUQUERQUE que foram heróis da resistência. Ao médico militar os selvagens, depois de o fazer prisioneiro, degolam-no, mutilam-lhe, cortando as orelhas para remetê-las ao seu comandante, pois, como  diz Sacramento Blake, era assim que procediam os paraguaios com seus prisioneiros- de guerra.

FONTELuiz Castro de Souza, (artigo) in Revista Marítima Brasileira (RJ), 1961. 

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